05 abril 2011

A astrologia e ajuda externa

Questionado sobre a possibilidade da astrologia ter influência sobre o sobe e desce das bolsas, alguém (não me lembro quem) respondeu que sim, que era perfeitamente possível se os investidores passassem a tomar as suas decisões baseados no horóscopo.

O Primeiro-Ministro continua firmemente convencido e determinado em evitar/atrasar o pedido de ajuda externa possivelmente baseado nos dados que tem sobre as finanças públicas. Mas, quando a sua voz é única (a voz do PM e do PS é uma só) e todas as outras clamam pela dita intervenção (é um termo mais adequado do que ajuda), o Eng.º José Sócrates deverá também tentar compreender o que ditam os oráculos. Não é possível acalmar os mercados, as agências de rating, os bancos financiadores, os investidores quando o país dos influentes, dos sábios, dos fazedores de opinião, da oposição, do Presidente da República (que ensinou os jornalistas que não se diz FMI, mas FEEF), do Presidente da União Europeia já determinaram que é necessário recorrer aos Fundos.

O Eng.º José Sócrates diz que tudo fará para tentar evitar a intervenção externa, mas comete um erro de avaliação ao pensar que a “obrigação” do pedido de intervenção não possa ser comandado pelo “horóscopo”, ou seja por factores, mais ou menos ocultos, que ele não controla.

Nota: enquanto escrevia esta crónica vi passar em rodapé de um canal de televisão que uma agência de rating acaba de cortar a notação de 6 bancos portugueses.

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