14 outubro 2011

CONTA-ME COMO FOI

Espero ansiosamente que a nova RTP (sem dúvida, privatizada),o mais depressa possível, apresente a segunda série do "CONTA-ME COMO FOI" passado entre os anos de 1985-2015, para:
Poder dizer,
"- É pá, é verdade, foi quando ficámos sem o subsídio de férias e de Natal, anos seguidos."
Dizer aos netos,
"- Tu já eras nascido, mas não te lembras. O avô tinha-te prometido uma bicicleta para o Natal e depois só te pode dar um chocolate."
(Comentário do neto: - Vocês eram assim? Isto para o fim Qy parece mas é a temporada 20 do Walking Dead)
"- Olha, olha, olha, foi aquele Primeiro-Ministro, o Miguel Relvas, que dizia que não aumentava os impostos..."
A avó corrigir do lado,
"- O Primeiro-Ministro, era o Passos Coelho, quem mandava era o Relvas, mas o Passos Coelho é que era o Primeiro-Ministro."
Com nostalgia,
"- Qu' engraçado: está muito bem apanhado este fulano a fazer de Presidente da República a comer bolo-rei. Como é que ele se chamava?"

Antevejo:
Apaga-se a televisão, e a minha mulher, enquanto me ajuda a descobrir às escuras (não se pode gastar electricidade, ou televisão, ou luz) o caminho para o quarto pergunta se já tomei os comprimidos.
- Já não tenho comprimidos para tomar, deixaram de ser comparticipados. Isso é vício de ricos.

11 outubro 2011

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- Steve Jobs - Morreu um dos fundadores da Apple. Steve Jobs deveria ser a única pessoa no Mundo que quando dizia um "ai" criava algo de novo. Desde o passado dia 5 de Outubro que o logótipo da Apple faz mais sentido: sabe-se qual é o pedaço da maçã que falta.

- Implantação da República - Sou republicano, mas parece-me que a cada ano que passa faz menos sentido assinalar a implantação da República em Portugal com um dia feriado. A maior parte dos portugueses desconhece o que se comemora nesse dia, bem como o porquê do 10 de Junho ser o dia de Portugal (de Camões e das Comunidades, tudo no mesmo saco). Os marcos históricos de maior relevo da nossa História não devem ser perdidos nas brumas da memória, mas não é de certeza com feriados passados na praia, ou nos centros comerciais que tal desiderato será atingido.
Por que não comemorar o 5 de Outubro...de 1143, data do Tratado de Zamora, pelo qual Portugal foi reconhecido como país independente.

- Nacionalização do Banco Dexia - Já nem vale a pena falar da mentira ideológica que nos querem impingir de que seremos muito mais felizes com a erradicação do Estado da economia e deixando as empresas (sobretudo as financeiras) funcionarem a seu bel-prazer. O banco Dexia foi nacionalizado em nome da preservação do sistema económico-financeiro francês que o próprio ajudou a destruir, não constando que os lucros e dividendos que distribui durante anos tenham sido compartidos pela sociedade. Vale, pois, a pena atentar na mentira produzida pela Autoridade Bancária Europeia quando há cerca de dois meses, após os testes de stress, dizia que o referido banco estava de boa saúde e era dos melhores. Estamos mergulhados numa enorme mentira quanto ao sistema económico-financeiro em que estamos montados. Ainda falavam do Dr. Vitor Constâncio...

- Ocupem Wall Street - Esta é a frase que qualquer publicitário se orgulharia de ter criado. E tem mais força a frase do que o movimento de ocupação. É um movimento que gera simpatias porque hoje em dia são muitos os deserdados da sorte e que já não têm origem apenas nas classes mais baixas, a classe média está a ser progressivamente arredada dos benefícios da riqueza gerada no mundo. Além do disso, o movimento têm ainda o acolhimento complacente de gerações do Maio de 68 com a sua frase emblemática "a imaginação ao poder".
O nosso António Aleixo dizia: "...calai-vos, pois pode o povo querer um Mundo novo a sério"

- Livro da Semana - Meditação Sobre Ruínas, de Nuno Júdice, recomenda-se ao Governo e à Oposição para que aprovem um Orçamento de Estado para 2012 consensual e que tenha em conta que os portugueses não devem viver acima das suas possibilidades, mas também não devem viver abaixo das suas necessidades. É pedir muito? É, mas pedir não custa.

10 outubro 2011

Um dia...

Um dia, vou ter tempo para ler todos os livros que quero ler?
Um dia, hei-de conseguir escrever tudo o que quero escrever?
Um dia, serei capaz de amar todas as pessoas que quero amar?
Um dia, colherei todos os reconhecimentos pelos quais anseio?
Um dia, conseguirei ver Deus sem uma ponta de dúvida?

Ainda bem que esse dia não existe, por que senão, respiraria, mas estaria morto.