09 novembro 2012

Não boicotem o Banco Alimentar

Quando o ouvi a discursiva Isabel Jonet na mesa-redonda televisiva, proferi um desabafo, que disparate!, e fui deitar-me descansado. Eis senão quando, na manhã seguinte e dias sucedâneos, as declarações da Presidente do Banco Alimentar (é por isso que ela é convidada para os debates) passam a facto nacional da maior relevância. Isabel Jonet enganou-se redondamente, do ponto de vista económico (excelente o post de Pedro Lains no seu blogue), social, moral e até político, naquilo que disse. Mas reproduziu não só o que ela pensa, mas o que muitos portugueses, devido a falta ou deturpação de informação, pensam. O que é criticável, é que Isabel Jonet não sendo uma cidadã qualquer, não deve enganar-se, e levar ao engano muitos dos que a escutam; deve prepara-se melhor, obter boa informação e cuidar o discurso para não raiar a insensibilidade social (que é algo de que Isabel Jonet não pode ser acusada).

E mesmo que a dita alocução se identifique, ou a colem, com uma ideologia de direita retrógrada (não sei quais são os ideais políticos de Isabel Jonet), nem de longe, nem de perto, tem as consequências daquilo que é diariamente proferido por muitos decisores deste país e por opinadores que não nos largam a porta.

Considero que a discordância e a crítica são legítimas e justificadas, mas acho completamente descabidos os apelos de boicote ao Banco Alimentar e os abaixo-assinados a pedir a demissão de Isabel Jonet de Presidente.

06 novembro 2012

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- A carta: O PSD ou o governo, enviou uma carta ao PS. E ontem já se ouviu que se o PS não alinha será responsável pelo descalabro caso não seja refundado o Estado Social de acordo com o que o PSD quer. A chamada fuga para a frente, deixando o PS para trás. O PSD não pretende salvar o país, pretende salvar-se: se o PS concorda, será co-responsável no desastre; se não concorda, pode o PSD provocar eleições, o PS ganha, e fica com o ónus de ir pedir batatinhas ao PSD que dirá seraficamente: não quiseram, agora não queremos nós.

- O deputado rebelde do PP Madeira: O voto contra o OE13 da parte do deputado da Madeira não tem base em qualquer objecção de consciência relativa ao duro aumento de impostos que o OE comporta. Visa exclusiva e popularmente capitalizar as circunstâncias de uma reviravolta na condução do PSD Madeira. Quando Jardim abandonar a liderança do PSD no arquipélago (o PP pensou que era para já) o PP poder-se-á tornar na região o partido charneira que é no Continente.

- Eleições presidenciais nos EUA: Nesta madrugada previsivelmente conhecer-se-á o novo presidente dos EUA. A luta pela vitória está renhida e os europeus (os povos) olham com alguma ansiedade e esperança para o desfecho final. Não sabem de que modo um dos principais condutores do Mundo os pode afectar, mas têm a sensação de que com Obama o Mundo será mais habitável.

- Frase da semana: "Mais cinco anos de austeridade", a sr.ª Merkel proferiu esta frase mais para dentro do que para fora. A Chanceler está a dizer aos alemães votem em mim que eu não vou permitir que o resto da Europa ande a viver à custa do dinheiro que a Alemanha lhes disponibiliza. Para fora, está a dizer que já está a mandar nos orçamentos de cada país da CE.

- Livro da semana: Recomenda-se a leitura da Constituição e do memorando com a troika. Não são muitas páginas e assim saberíamos do que estamos a falar e de como nos pretendem enganar.