10 fevereiro 2011

Fiódor Dostoievski

Passaram ontem 190 anos sobre a morte de Fiódor Dostoiévski. Apraz-me mais recordar datas de nascimento do que as de desaparecimento daqueles que "se foram da lei da morte libertando".
Embora muitos académicos e estudiosos da sua obra lhe descubram lacunas e erros no modo de escrita, também é verdade que, de modo mais ou menos unânime, o incluem na galeria dos grandes escritores russos e mundiais.
Dostoiévski debruçou-se nos seus romances sobre aquilo que lhe estava mais próximo: os tormentos da alma, servindo-lhe, porventura, a escrita para a expiação e terapeutica dos males de que ele próprio padecia ("O Jogador", "Recordações da Casa dos Mortos".
Este escritor russso, talvez o primeiro, a deixar em plano secundário a história, o enrendo e a trazer a primeiro plano o perfil psicológico dos personagens tem o poder de nos fazer "sentir" o que sentem os seus p ersonagens - "Crime e Castigo", "O Idiota".
Não deixa de ser curioso que a Fiódor Dostoiévsky se aplicam duas diferentes reflexões que aqui fiz àerca de outros escritores:
1 - Ontem escrevia que Camilo teria cuidado pouco do seu modo de escrita devido à velocidade com que o fazia, não apenas devido à facilidade que tinha em fazê-lo, mas há ncessidade de vender o seu "produto" para sobreviver. Dostoiévski, segundo consta, como algumas das suas personagens viveu quase toda a vida na corda-bamba em termos económicos.

2 - A segunda reflexão referia-se, a propósito d' "O Quinto da Discórdia", ao modo como o meio ambiente pode influenciar o tipo de escrito. Estou em crer que a imensidão silenciosa das estepes e tundra nevadas da Rússia, a paz e tranquilidade das comunidades da Rússia do séc. XIX que se confunde com o isolamento e solidão, terão sido determinantes na imensidão psicológica das obras de Dostoiévski.
Muitos escritores da actualidade continuam a ir beber e a vaguear nas estepes de Fiódor Dostoiévski.

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