15 novembro 2011

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- Governos técnicos: Na Grécia e na Itália surgem dois governos que podem ser considerados de iniciativa presidencial - modelo previsto nas leis dos referidos países - até à realização de eleições. Não se vislumbra onde é que formalmente a democracia deixou a funcionar nos ditos países. Aguardemos para saber como é que estes governos serão submetidos à aprovação dos respectivos parlamentos. O problema para a democracia é outro: é o apelidarem-se esses governos de técnicos (lembram-se quão apregoadamente técnicos eram os Ministros Álvaro Santos Pereira, Vitor Gaspar e outros?), dando a entender que os governos políticos (os que resultam de eleições) são piores, porque incompetentes, corruptos, contrários aos interesses dos povos, etc. São, pois, uma espécie de troika de trazer por casa. T'arrenego, cruzes canhoto.

- Os feriados: - O PSD (mais do que o CDS) tem verberado contra os feriados como uma das causas da baixa competitividade das empresas nacionais e que as pontes custam uns milhões ao país. Ontem, o senhor Álvaro Ministro disse que o Governo se tem deparado com dificuldades/impossibilidades para (re)mover os feriados das suas datas. Esta informação não estava escondida pelo Governo do PS, poderia ter sido convenientemente trabalhada em deviddo tempo. Mais uma amostra da falta de preparação do Governo e daqueles Conselhos de Sábios (liberais) que lhe andaram a preparar o caminho.
Liminarmente, todo o aumento de uma carga horária de trabalho não remunerada resulta apenas numa redução de um custo de produção: o custo do trabalho. Já que não se pode desvalorizar a moeda, desvaloriza-se um dos factores de produção. Mas, para técnicos/políticos liberais, esta carga horária não devia ser deixada ao mercado e à negociação livre entre patrões e empregados?

- Frase da semana: Nós não fazemos malabarices... Dita pelo senhor Primeiro-Ministro no debate sobre o OE na Assembleia da República. Sem mais comentários.

-Livro da semana: Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa, recomendado a todos os que sofrem na pele as travessuras da senhora Merkl. A notícia da criação de União a várias velocidade (não se pense que se ficavam só pelas duas) não é mais do que a desfaçatez daqueles que conviveram com "os mais pequenos" (nunca os países foram iguais no seio da Comunidade e da União) enquanto vendiam submarinos, liquidavam frotas pesqueiras, reduziam as produções de leite, eram os promotores de TGV, etc. e que agora se querem desenvencilhar dos parentes pobres.

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