21 maio 2012

CRÓNICAS DE PARIS III - A crise

Cafés parisienses bem compostos, cheios ao fim de tarde com a mais variada gente a beber um aperitivo antes do jantar, jovens em restaurantes médios a pagarem cerca de 40 euros por refeição, lojas com clientes, trânsito automóvel intensíssimo, produtos de supermercado, mesmo sem desconto, mais baratos do que em Portugal, preço do transporte público, incluindo táxis, a níveis aproximados dos portugueses. Um lusitano que aterre em Paris fica com a sensação de que retornou ao estado de pré-crise com elevados índices de consumo ou de que a crise económico-financeira já passou e que em França esta acontece apenas em programas de ficção, como os serviços noticiosos e debates televisivos. Mas é facto que o desemprego atingiu os 10%,o crescimento é insignificante, existem problemas no ensino, demasiados problemas com emigrantes e com as novas gerações, inegáveis os elevados índices de criminalidade, etc, etc.
O desfoque da realidade terá origem em duas razões primordiais:
1: O viajante apressado padece de um mal inerente à pouca disponibilidade de tempo: vê apenas o que quer ver.
2: A sensação de riqueza e de crise é bem diferente em cada um dos estados membro da União Europeia. Em trinta e oito anos de democracia, Portugal deu um salto gigantesco em termos de desenvolvimento, mas desperdiçou a oportunidade de criar infraestruturas económicas que permitissem a aproximação a um nível de vida de uma França...em crise.

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