14 agosto 2012

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- Documentos dos submarinos: A classe política e as autoridades judiciais andam com a cotação muito baixa e pouco ou nada fazem para recuperarem o prestígio perdido. O caso dos documentos, na linguagem popular é mais um prego no caixão. Sabe-se que o Dr. Paulo Portas fez 60000 fotocópias, não terá passado pela cabeça do Ministério Público ver as ditas?; depois do Dr. Paulo Portas já ocuparam o cargo quatro ministros. Nenhum deles terá tido a curiosidade de conhecer o processo em detalhe?
É verdade, são tantos os pregos que o caixão está quase fechado.
- O país dos licenciados: Durante muitas décadas um curso superior era uma miragem para a maior parte dos portugueses, algo que só estava destinado às classes superiores e a que alguns pobres tinham acesso até para se mostrarem algumas virtualidades do regime. De repente as portas abriram-se e passamos ao numerus clausus com os candidatos a empurrarem-se nas portas de entrada; mais de repente ainda, nasceram universidades privadas onde se entra "até provando-se que se é ignorante". Hoje, os portugueses desistem do ensino superior, e 70% dos que para lá vão dizem que é para emigrarem. Na terra natal o dê-érre já deixou de ser garantia do que quer que seja: nem riqueza, nem emprego, tão-pouco estatuto.
Exigência, qualidade e rigor, são as palavras chave para um ensino (não apenas no superior) de forme profissionais cultos e conhecedores. Todos os governos as apregoam, nenhum até hoje foi capaz de as levar à prática.
- Seca em Portugal: A inexistência de uma Política da Água levar-nos-á a pagar a água ao preço a que hoje pagamos o petróleo (isto, se a houver). A ministra da Agricultura reza para que chova; a única medida para racionalizar o consumo da água é o inevitável menor esforço do aumento dos preços; as águas sanitárias continuam a ser tratadas; as captações e reservas de água são feitas para produção de energia, portanto, onde as reservas são naturalmente menos necessárias.
Não é apenas inadmissível legar dívidas e déficites às gerações futuras, também o é deixá-los sem água.
- Frase da semana: "Os resultados dos Jogos (Olímpicos) são a imagem do que somos como país", Vicente Moura, Presidente do Comité Olímpico de Portugal. Tudo o que fazemos é reflexo do que somos, havendo sempre as excepções para o melhor e o pior. O Comandante Vicente Moura talvez quisesse dizer que o "dirigismo" do COP é o reflexo da mediocridade organizacional do país, daí o saltar para a praça pública a tentar justificar-se com uma rajada de atoardas. Não teve a sorte de 2008 em que umas medalhas ao cair do pano, em Pequim, o levaram a dar o dito por não dito quanto à sua continuidade à frente do COP.
- Livro da semana: "A Insustentável Leveza do Ser", a pensar numa não-existência: o Prof. Cavaco Silva.

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