18 outubro 2011

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- OE 2012: O Orçamento de 2012, que os portugueses ainda não conhecem, mas que o senhor Primeiro-Ministro se apressou a descobrir no que diz respeito aos cortes nos vencimentos da função pública, não deveria ser apresentado na Assembleia da Republica, mas nas igrejas de qualquer religião, pois não se trata de ciência político-económica e financeira, mas de um simples exercício de fé, ou pior, da crendice. O Governo, mal preparado que estava para governar (comentadores dixit), elabora um OE que acredita venha a resultar.

- Manifestações dos indignados: dizia Wilhelem Reich que não se admirava de muitos pobres roubarem, admirava-se era dos muito mais que não roubavam. Se Reich colocou a questão nunca respondeu ao porquê da pobreza ser subserviente e muitas vezes agradecida a quem a espolia e lhe deixa apenas umas migalhas. Os indignados, se bem que tenham razões para se indignar, na sua esmagadora maioria não são ainda verdadeiramente pobres no sentido de não terem comida e um tecto.Quando o forem, que atitudes tomarão? Estarão avisados e preparados os próprios para se insurgirem nessa ocasião, ou ficarão acabrunhados de mão estendida?

- Selecção Nacional de Futebol: os portugueses esperam sempre afogar as suas mágoas nos êxitos futebolísticos. Normalmente as contas saem furadas, como no resto. A selecao nacional de futebol não lhe deu esse lenitivo ao perder a hipótese do apuramento directo para o Europeu quando lhe bastava pura e simplesmente ter retirado a bola ao adversário (parece fácil), bastava um empate a zero e lá iam uns quantos (como se fossemos todos) apitar para a rua. Podem discutir-se técnicos e jogadores, estes ou outros, melhores ou piores, mas o que é facto é que a Selecção ainda não se conseguiu consistência competitiva para o seu lugar no ranking FIFA que faz esperar dela este mundo e o outro. Deste mal padecem, no momento, outras selecções, nomeadamente as da França e a de Inglaterra. Só que esses sofrem de crise conjunctural; a nossa é estrutural. Como no resto.

- Frases da semana: "Este Orçamento é meu, mas o déficite não é meu". Ó senhor Primeiro-Ministro, então explique lá,como se todos os portugueses tivessem quatro anos, quais as razões para os esforços adicionais contemplados no OE:

- O Livro da Semana: A Oeste Nada de Novo, de Erich-Marie Remarque, porque neste canto da Oeste da Europa infelizmente não se passa nada que não se antevisse e porque tem características idênticas às do OE 2012: não é escrito por um autor "maior", não é um grande livro, mas ficou para a história.

1 comentário:

  1. Se me é permitido, passo agradecer toda a informação que é importante e por dada a oportunidade de alargar mais os meus horizontes porque sem boa informação e boa comunicação independente cada dia que passa se torna mais difícil, devido a que os órgãos de comunicação, não só escritos como os audiovisuais estão demasiado politizados e só passam as informações que as suas entidades patronais, lhes pagam o vencimento.

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