01 novembro 2011

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- Sete mil milhões de habitantes no planeta Terra: O número foi celebrado porque um nascimento é sempre um momento de felicidade. No entanto, o número é assustador e, considerando que passaram apenas doze anos para a população crescer mil milhões, não se vêem soluções morais e técnicas para que dentro de poucos anos habitem em condições decentes quatorze mil milhões de pessoas. E depois por aí acima.

- Renegociação do acordo com a troika: Entende-se a vontade de demonstrar urbe et orbi que Portugal é capaz de cumprir o acordo. O que não se entende é que os governantes, que deveriam transmitir uma mensagem de passos seguros (saiu-me), passem uma mensagem de completo desnorte: então agora já é possível renegociar? O que a pés juntos se afirmava não poder ser feito. Só se foi para justificar que há mais medidas de austeridade para além da troika.

- Cultura: É-me indiferente que a Cultura tenha estatuto de Ministério ou de Secretaria de Estado. Não serão os mais ou menos doze mil euros por ano da diferença de ordenado entre Ministro e Secretário de Estado que constituem poupança. É-me indiferente porque a única tarefa parece ser gastar menos dinheiro numa política de cultura gasta e ultrapassada. Nisso estou de acordo com o Secretário de Estado da Cultura. Mas, pergunta-se: qual é a parte da frase "Queremos saber qual é a política de Cultura do PSD/CDS" que o Governo ainda não percebeu?

-A frase da semana: "Álvaro ou saco de boxe", sub-título da opinião de Nicolau Santos, no Expresso. Nicolau Santos diz duas ou tres coisas em favor do ministro Álvaro Santos Pereira, nomeadamente que tomou posse de um super-ministério ingovernável. Temos pena, foi ele que se pôs a jeito. O Ministro da Economia e do EMPREGO, transformou-se num saco de boxe porque, sendo o Ministro mais importante deste governo ao tem de criar emprego em contra-ciclo, acomoda-se à ideia que, como uma vacina, é preciso deixar aumentar o desemprego para depois renascer das cinzas. O problema, Senhor Ministro, é que as cinzas são de corpos humanos incinerados na fogueira da crise e do desemprego.

-O livro da semana: Sermões, Padre António Vieira, recomendo a todos, para reflectirmos que apesar dos avanços éticos e morais, em quase quinhentos anos a índole da natureza humana permanece inalterada.
Os Sermões estão disponíveis na internet.

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