05 junho 2012

VISAO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- Paulo Portas desapareceu: A última semana foi particularmente penosa para o ministro Miguel Relvas, ou seja para o governo, pois tudo que afecte o ministro tem consequências no governo. Nesta crise de credibilidade do governo foi notada a ausência de corpo e espírito do ministro Paulo Portas. O Primeiro-Ministro ficou irremediavelmente só.
Paulo Portas, que na sondagem de hoje aparece em último lugar em índices de popularidade (talvez resultado de andar escondido), está indubitavelmente a amealhar capital para negociar com o PSD o próximo orçamento de Estado, uma maior preponderância governativa do CDS em futura remodelação ministerial, uma escolha mais democrata-cristã do próximo candidato a Presidente da República.
- O PS no Parlamento: O Dr. António José Seguro está condenado a não poder seguir a estratégia de Paulo Portas e desaparecer. Pelo contrario, é obrigado a mostrar-se. Mas, alguém que o avise para não se limitar a abstenções violentas e indignadas e a prestações como a última sobre os serviços de informação. Portugal precisa urgentemente onde se apoiar (o Presidente da República já não desempenha o papel).
- A vigilância do Estado: A segurança quer-se sobretudo preventiva. Eficazmente preventiva. E qualquer Estado necessita de ter informações sobre a segurança, ou falta dela, para providenciar paz, tranquilidade, aos seus cidadãos. Mas, todos os Estados necessitam de uma vigilância eficaz sobre os seus serviços de informação, para que não sejam desvirtuados os princípios que norteiam a criação de tais serviços: proteger os cidadãos e não tratá-los como se fossem todos focos de ameaça. Entre a falta de segurança e a devassa da vida privada e ser considerado potencial criminoso, prefiro, sem dúvida, a primeira.
- Frase da semana: baixar os salários não é uma política, é uma urgência, António Borges. O Dr. Passos Coelho, liberal assumido, mas pouco esclarecido, já percebeu que para pôr as suas ideias em prática não pode andar a apregoá-las, como o fazia na campanha eleitoral e nos primeiros dias de governo. Daí o contrariar sistematicamente os liberais mais desabridos.
- Livro da semana: COSMOPOLIS, Don DeLillo, publicado em 2003, antecipa de uma maneira espantosa e premonitória a crise financeira. Um excerto, só para deixar água na boca: Isto é o mercado propriamente dito. Estas pessoas são uma fantasia gerada pelo mercado, não existem fora do seu âmbito. Mesmo que queiram recusar o mercado,pôr-se de fora, não têm para onde ir. Não há lado de fora.

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