26 junho 2012

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- Presidente da ERC: Carlos Magno, homem bom, apresentou-se no programa Quadratura do Circulo, qual Egas Moniz perante o Rei de Castela para expiar as falsidades do seu senhor D. Afonso Henriques. Sabedor das posições dos três participantes permanentes,António Costa, Lobo Xavier e Pacheco Pereira, de corda ao pescoço, disse puxai. Carlos Magno não contrapôs argumentos aos seus opositores, limitou-se a explicar como procedeu; se quisesse realçar que a sua posição não se confundia com subserviência ao governo bastaria repisar na frase do relatório, a comissão apurou factos ética e institucionalmente reprováveis da parte do ministro Miguel Relvas. Por menos, caíram Carlos Borrego e Manuel Pinho.
- Um ano de governo PSD-CDS: o governo assinalou a data com o regresso de Paulo Portas, tal como os clubes de futebol fazem com os reforços de inverno chamando jogadores emprestados a outras equipas.
- Execução orçamental: Não cumprida até à data, e com medidas de austeridade que extravasam o plano de resgate. Como pode a troika dar nota mais nas avaliações que faz? Só se for no ataque ao Estado Social, no desbaratar do erário público com privatizações apressadas, no aumento do desemprego que põe em causa a execução orçamental, na aprovação de uma lei de despedimentos facilitados. A prova oral do bom aluno deveria ser pública para se perceber o que é avaliado.
- Moção de censura do PCP: Quando um governo é suportado por uma maioria parlamentar o destino de uma moção de censura é o caixote do lixo. No entanto, não deixa de ser legítima a sua apresentação. Só que quem contesta o discurso da inevitabilidade não deveria tomar iniciativas que dão a ideia que é inevitável aguentarmos o actual governo.
- Europeu de Futebol: Portugal qualificou-se para a ronda seguinte. Independemtemente do desporto e do espectáculo, estes torneios adquirem o sabor das justas de cavalaria da Idade Media. Não é por acaso que é nos jogos que o povo canta o hino pátrio com maior fervor. Sem dúvida que a passagem à final seria um ânimo, mesmo que temporário, no deserto de boas notícias.
- Frase da semana: "Ficámos espantados com os níveis de desemprego", ministro das Finanças. Não acredito que pense tão lento quanto fala, pelo que julgo que o senhor ministro será mais dado a lapsos do que a falhas de perspicácia e de inteligência. São demasiados os erros de distracção para técnico tão competente.
- Livro da semana:O Sentido do Fim, de Julian Barnes.

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