09 outubro 2012

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- António José Seguro propõe redução do número de deputados: Antes do mais é preciso dizer que o número de representantes do povo não é de 230 porque sim. Tem por trás um modelo matemático que determina a equidade representativa da expressão dos votos traduzida em número de deputados. O modelo estatístico pode ser outro e não este, mas qualquer alteração do número de efectivos no Parlamento não parece que venha ajudar à resolução da crise económico-financeira.
Existem mais assessores no governo sem serem plebiscitados do que deputados.

- Aumento brutal de impostos: O ministro prometeu hoje trabalhar “com afinco” para substituir o aumento de impostos por medidas de redução de despesa em 2013 (in Jornal de negócios). Estamos na presença do bom aluno que só aprende (?) depois de repetir o mesmo exercício dezenas de vezes - apaga, e volta a fazer. Então o trabalho, com o tal afinco, de corte nas gorduras do Estado não deveria ser feito desde o primeiro dia de governação? O governo brinca despudoradamente com a vida dos portugueses.

- Congresso das Alternativas Democráticas: Iniciativa louvável não tanto pelas soluções (ou falta delas) apresentadas, mas pelo atitude de cidadania que constitui a discussão de ideias plurais. O aparecimento de um Syriza à portuguesa paira sobre os promotores destas actividades, o que é perfeitamente legítimo, mas talvez desnecessário.

- Coligação PSD-CDS: Pela primeira vez (pode ser que tenha havido outras, mas não me lembro) o taticismo de Paulo Portas falhou rotundamente: foi desancado por Honório Novo e vexado pela "bióika" Passos/Relvas. Numa coligação frágil o partido minoritário é sempre o partido mais forte. Paulo Portas perdeu essa oportunidade.

- Frase da semana: "O seu salário é pago pela troika", mais uma frase que exemplificativa dos conceitos de soberania e de democracia que os actuais protagonistas do PSD perfilham.

- Livro da semana: Ferrugem Americana, de Philipp Meyer. Obra sobre a perda do sonho americano. Pode ser que alguém, algum dia, escreva sobre a falência do sonho português.

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