01 novembro 2012

O COMPLEXO DE PORTNOY, Philipe Roth, D.Quixote

Muito possivelmente os judeus são o único povo do mundo que goza consigo próprio para se enaltecer, para além de assim retirarem a iniciativa da gozação aos detractores e inimigos. E são bastantes os exemplos daqueles que usam desta faceta "judaica" com críticas inteligentes, directas e certeiras.

O Complexo de Portnoy, que adiciona a crítica aos judeus, a crítica aos genitores - sendo a ordem das parcelas arbitrária -, não é um romance na acepção comum do termo, mas antes um delirante percurso "monologado" através da sexualidade "pervertida" de um judeu desde a infância até à idade adulta, com a sempre presente figura castradora da mãe. Um desfiar romanceado da história de vida íntima de Alexander Portnoy, vida frustrada e frustrante, com episódios picantes, com a incerteza permanente entre o certo e o errado, errado que pratica com maior frequência do que o certo.

Philipe Roth usa e abusa (mas bem abusado) de uma linguagem muito directa, muito explícita (mais parece impossível) das partes e actos sexuais, quer para se referir à função, quer para praguejar. É por isso que, no dizer do próprio autor, a história é contada na cadeira de um psiquiatra, o único modo de tornar a descrição possível e real.

Se alguém procura ler sobre sexo explícito, esqueça definitivamente as sombras de qualquer gray e leia esta obra de Philip Roth publicada em 1969.

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