02 março 2011

"A Contadora de Filmes", de Hernán Rivera Letelier; PRESENÇA


"A Contadora de Filmes", de Hernán Rivera Letelier, é uma das novidades da Presença do mês de Março.
Chamou-me à atenção a ligação ao cinema e mais curioso fiquei com a sinopse:
Quando María Margarita ganha aos quatro irmãos um concurso inventado pelo pai, inválido devido a um acidente, que consistia em saber quem contava melhor um filme depois de o ter visto, o que começa por ser um ritual familiar rapidamente acaba por se tornar um acontecimento em toda a povoação, à medida que os relatos da contadora de filmes ganham fama e um público cada vez maior os aguarda, impaciente. Através da história desta «fazedora de ilusões», Hernán Rivera Letelier capta a vida no deserto chileno nos tempos áureos do cinema, criando um romance encantador na sua simplicidade e contundência.
Não li o livro "A contadora de filmes", nunca li nada de Hernán Rivera Letelier, no entanto conheço a sua célebre resposta à pergunta porque tinha começado a escrever. "Por fome", disse.
Também Knut Hamsun, prémio Nobel da Literatura, escreveu um livro, "FOME", em que que a personagem principal tenta sobreviver, sofrendo as agruras da quase completa ausência de nutrição, vendendo o fruto do seu trabalho, a escrita.

O que mais me intriga é esta estreita ligação (será um mito urbano?) entre os produtores de arte e a sobrevivência e o que gostaria de perguntar a Hernán Letelier é que "fome" o faz continuar a escrever. Será o receio de voltar a ter fome real, ou a escrita passa a fazer parte do próprio alimento?

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