22 março 2011

Tufões

Sempre achei algo de carinhoso dar nome aos tufões, mais terno ainda porque os nomes escolhidos normalmente são femininos, tornando-os quase uma pessoa de família ou um amigo.
Em Portugal temos tido alguns fenómenos atmosféricos que embora causando alguns estragos pela sua pequenez e pouca frequência não são merecedores de nome. No entanto, os portugueses estão neste momento bem no centro de uma crise que em muito se assemelha a um tufão. E os nomes a dar-lhe podem ser vários: Déficite, Dívida, PECs, etc. Existe uma diferença, o tufão tem curta duração, a crise nem sequer se lhe adivinha o fim.
Independentemente, das causas, da bondade e eficácia das medidas do Governo, ou da realização de eleições antecipadas na esperança de acalmia dos mercados, o que é certo é que se a crise tem características destruidoras de tufão os portugueses devem convencer-se, desde já, que têm de viver um período de grandes dificuldades durante e após a passagem do fenómeno. E resumem-se estas dificuldades à mudança radical de padrões e estilos de vida, restrições no consumo e carência de alguns (quantos?) bens. O processo de desabituação será penoso, mas é inevitável.
A minha maior angústia foi assistir nos últimos dias à desmultiplicação dos políticos dos vários partidos em declaração e contra-declaração acusando-se mutuamente sem apresentarem uma solução de consenso.

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