07 fevereiro 2012

VISÃO DA ACTUALIDADE DA SEMANA

- Tolerância de ponto no Carnaval - esta é daquelas que não tem espinhas. Qualquer que fosse a opção do governo, entalava-se. Entalou-se com coerência. Se o remédio é passar mais horas no local de trabalho (o que não significa aumento de produtividade), não fazia sentido folgar (duplamente) no Carnaval, que nunca foi feriado na vida. Esqueceu-se, apenas, o governo que o Carnaval de 2012 há muito que está agendado e que as festas são receita anual de muitas famílias, colectividades e até autarquias, que fazem investimentos, por vezes avultados, a contar com o lucro destes dias. O governo "andou mal" em não ter avisado há muito mais tempo que iria abolir esta tolerância de ponto. Vinte dias são muito tempo? Depende do observador.

- Alocuções do Sr. PM e outros Ministros - O Eng. José Sócrates era arrogante, habitualmente com a oposição, com os jornalistas. O Dr. Passos Coelho é paternalista...com o povo. O paternalismo é a forma mais arrogante de considerar os outros estúpidos e ignorantes.

- Guerra na Síria - sem moralizar sobre a legitimidade de intervenção militar internacional em países soberanos, quando a NATO apoiou os revoltosos na Líbia custava a entender que não tivesse idêntica postura para com a Síria (ou o Iemen). A Rússia "explicou" no Conselho de Segurança da ONU que a democracia, liberdade, direitos humanos, são prioridade secundária diante dos interesses económicos. O "Ocidente" também põe os interesses económicos em primeiro lugar, só que não o admite, e depois tem incongruências.

- Frase da semana - Não me critiquem por querer cumprir o que outros assinaram, diz o Dr. António José Seguro aos socráticos. Exactamente o que o Dr. Passos Coelho diz ao Dr. Seguro.

- Livro da semana - A Oeste Nada de Novo, de Erich Maria Remarque, recomendado para lembrar a guerra na Europa (a 1ª Grande Guerra, que ainda não fez cem anos), na semana em que o filósofo Antonio Negri afirmou que a guerra para resolver a crise financeira se apresenta cada vez mais como uma possibilidade. Afirma o que está escarrapachado em qualquer manual de economia.

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