19 fevereiro 2011

"Pepe Carvalho", Vásquez Montalban

Para quem é adepto de "policiais", depois de ter escrito sobre Maigret, e trepando na escala da literatura, deixo um flavour a uma personagem de contornos muito especiais e que, quanto a mim, é daquelas que nos põe perante uma pergunta óbvia, mas de difícil resposta: até que ponto estes detectives particulares, policias, investigadores não são ao fim-ao-cabo um alter ego dos escritores.

O personagem a que me refiro é Pepe Carvalho, detective particular, catalão, ex-comunista, ex-agente da CIA, ex-tudo, excepto gastrónomo (a gastronomia de Carvalho está para Montalban, como o cachimbo de Maigret está para o de Simenon, ou a heroína de Sherlock Holmes para a de Conan Doyle) que é uma das suas características peculiares e é na comida onde vai buscar as forças retemperadoras para deslindar os seus casos (o contraponto de Pepe Carvalho é o cozinheiro Biscuter).

Pepe Carvalho merece uma visita, mais que não seja para aprender a fazer uma omeleta em "O Quinteto de Buenos Aires", ou para melhor conhecer Barcelona em "A Barcelona perdida de Pepe Carvalho".

Ao escrever sobre policiais estou a meter-me em domínios que são do catedrático na matéria Francisco José Viegas. Gostava de um dia trocar com ele umas impressões sobre o assunto

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